31.8.06

PERDEU-SE UMA BATALHA, CONTINUA A GUERRA

Portugal foi derrotado pela Itália (1-3) no último jogo da primeira fase do Europeu de França.
A equipa nacional esteve a vencer, mas a Squadra Azurra deu a volta ao resultado nos instantes finais da partida, arrecadando assim o primeiro lugar do grupo.
Esta derrota não compromete a presença de Portugal nos quartos-de-final, onde defrontará a Inglaterra.
Jogos dos quartos:
Espanha-Holanda
Portugal-Inglaterra
França-Suiça
Itália-Alemanha

30.8.06

PORTUGAL SOMA E SEGUE

Portugal goleou a anfitriã França por 7-1 na segunda jornada do Europeu de Saint-Omer.
Dois jogos e duas vitórias, 51-1 em golos, é pois o impressionante pecúlio da nossa selecção de juniores.
No outro jogo da ronda a Itália bateu a Holanda por 22-0. Assim sendo basta o empate frente aos transalpinos para assegurar o primeiro lugar no grupo, e evitar a Espanha (também com duas vitórias em dois jogos no outro grupo) até à final.
Diogo Rafael (na foto) é o melhor marcador da competição com doze golos.

29.8.06

HOLANDA ESMAGADA

Portugal derrotou a Holanda por 44-0 (!!) na primeira jornada do Europeu de Juniores de Saint-Omer. O benfiquista Diogo Rafael foi o melhor marcador da partida, anotando nove golos.
No outro jogo do grupo A, a França derrotou a Itália por 1-0.
Hoje joga-se o Portugal-França.

28.8.06

NOVO EUROPEU, NOVA ESPERANÇA

Inicia-se hoje em Saint Omer-França mais uma edição do Campeonato da Europa de Juniores.
Portugal, detentor do título, está incluído no grupo A juntamente com a equipa da casa, a Itália e a Holanda, que defronta hoje na primeira jornada.
No grupo B alinham Espanha, Suiça, Inglaterra e Alemanha.
Boa sorte rapazes !

21.8.06

UMA PENA !

É já um dado adquirido: o Benfica não vai participar na próxima edição da Liga dos Campeões. Os responsáveis encarnados apontam factores financeiros como estando na base da decisão de desistir da prova, adiantando que o dinheiro que o clube poupará em inscrições, deslocações e estadias, reverterá para reforço do plantel com vista à conquista do título nacional – designadamente com as contratações de Vítor Hugo e Tó Silva.
Não estando na pele da direcção benfiquista, é difícil, enquanto adepto do hóquei e do clube, aceitar esta decisão.
O Benfica é, em todo o mundo, o clube que há mais tempo pratica a modalidade. Nunca foi campeão europeu (um desafio sempre adiado), tendo estado contudo em cinco finais da principal prova de clubes do mundo, e conquistado uma Taça Cers. Portugal tem o peso que se sabe no hóquei em patins internacional.
Se no Voleibol, no Basquetebol ou no Andebol se entende que as competições europeias acrescentem pouco ao prestígio do clube – mau grado a rodagem competitiva que proporcionam aos atletas – no hóquei ou no futsal representam uma generosa oportunidade de afirmação europeia, bem como a oportunidade de conquista de títulos internacionais.
No caso particular do hóquei, com alguma sorte nos acasalamentos, é relativamente acessível a qualquer equipa portuguesa estar presente numa “final four” europeia (o F.C.Porto está lá quase sempre, Barcelos e Oliveirense já lá estiveram também, para além das várias presenças do próprio clube da Luz), onde tudo pode acontecer. Acresce a este aspecto, digamos que estrutural, um outro conjuntural e que se prende com o actual relativo apagamento do outrora grande tubarão desta prova, o Barcelona, e o previsível desgaste da veterana equipa detentora do título, o Follónica. Ou seja, a Liga dos Campeões desta época será talvez uma das mais abertas dos últimos anos, onde um Benfica mais maduro poderia ter uma palavra a dizer.
A direcção encarnada, por aquilo que tem feito pelas modalidades do clube, merece o benefício da dúvida nesta estanha decisão. Só ela saberá em rigor a real situação financeira das várias secções, e a conquista do título nacional também é um objectivo importante. Mas a verdade é que esta desistência representa um murro no estômago de todos os benfiquistas amantes da modalidade, não se podendo compará-la à não participação na Top Teams Club de Voleibol ou a outra qualquer não participação internacional. Julgo que até agora, no historial do clube da Luz, só nos sinistros tempos de João Vale e Azevedo o Benfica havia desistido de uma prova europeia de hóquei.
Espera-se agora que esta desistência não passe de uma mera decisão político-económica, e não represente o início de uma nova crise na secção, o que seria a todos os títulos lamentável, quer para o clube, quer para uma modalidade que não vive propriamente nos seus melhores dias.

2.8.06

GOSTAR DE HÓQUEI (5) - Sporting esmagado em casa

O campeonato nacional de 1980-81 é o primeiro de que tenho lembranças mais sistematizadas. Vou hoje aqui recordar o que a minha memória retém dessa temporada, que representou o Tri-campeonato para o Benfica.
Naquela altura, a primeira fase era dividida entre Zona Norte e Zona Sul, enquanto que a segunda agrupava oito equipas, justamente as quatro primeiras classificadas da fase anterior.
Na Zona Sul o Benfica (cujo cinco base assentava em Ramalhete, Fernando Pereira, José Carlos, Picas e Piruças) conseguiu tranquilamente o apuramento, classificando-se em segundo lugar atrás do Sporting (de Sobrinho e Chana), vencedor da Taça das Taças frente ao Cibeles na final. O grande Sesimbra (de Silveira, Garrancho e Carlos Cunha), vencedor da Taça Cers frente aos holandeses do Lischtad (onde jogava Habraken e mais três irmãos de que não lembro o nome), e o Belenenses foram os outros dois apurados.
No Norte, passaram F.C.Porto (de Cristiano, Domingos, Vale e Chalupa), Valongo (de Alves), Juventude de Viana (dos irmãos Gomes da Costa) e Sanjoanense (de Zeca, Gentil e Licínio).
Na fase decisiva o Benfica não daria grandes hipóteses aos seus adversários, perdendo apenas um jogo, justamente no difícil pavilhão de Sesimbra.
A poucas jornadas do final da prova, jogava-se o encontro decisivo. No Pavilhão de Alvalade, o Sporting recebia o Bi-campeão Benfica, e caso ganhasse ainda teria fortes hipóteses de conquistar o título.
Naquela altura o Sporting apresentava-se fortíssimo nas modalidades ditas amadoras, celebrando, então sim, o seu famoso ecletismo. No hóquei havia sido campeão europeu poucos anos antes, no corta-mato dominava por absoluto na Europa, tinha Carlos Lopes, Fernando Mamede, Joaquim Agostinho, e Carlos Lisboa nascia para o basquetebol. Cresci passando por desgostos sucessivos nas várias modalidades frente aos leões. Mas no hóquei parecia estar a ser virada uma página.
Lembro-me de ouvir o relato, suponho que numa quinta-feira à noite, na Rádio Comercial pela voz de Fernando Correia. Numa época em que ainda não havia videos, eu tinha como hábito gravar os relatos, quer de futebol, quer de hóquei, coisas de criança. Esse ouvi-o tantas vezes, que ainda me recordo ao pormenor da marcha do marcador.
O Sporting entrou de rompante, e com o apoio do seu público, em poucos minutos chegou a 2-0 com golos de João Sobrinho. O Benfica parecia vacilar.
Nada disso ! Até final da primeira parte a equipa da Luz chegaria ao empate.
No segundo tempo foi um verdadeiro festival, com sete golos consecutivos dos encarnados na baliza do Sporting (percebem agora porque motivo ouvi o relato tantas vezes ?). A grande estrela da noite foi o goleador José Virgílio (que intercalou a sua carreira entre Itália e o Benfica), que terá marcado uns cinco ou seis.
À mesma hora em Sesimbra, faltava a luz no pavilhão, onde Sesimbra e Belenenses se deviam defrontar. Pelo menos era o que Abel Figueiredo (nunca mais ouvi falar em tal pessoa) dizia nas suas intervenções, cada vez que a emissão saía de Alvalade, sendo por vezes interrompido por mais golos do Benfica. No final 3-9 foi o resultado.
Como podia eu não gostar duma modalidade em que, em apenas uma hora, era possível ouvir gritar nove vezes goooooooolo do Benfica, em plena Alvalade ?
Essa vitória praticamente selou as contas do título, que o Benfica festejaria com o F.C.Porto na Luz, vencendo por 5-3.
Os portistas nunca haviam sido campeões, e estavam ainda longe de disputar e vencer títulos na modalidade. Só a geração de Vítor Hugo, Vítor Bruno, Alves e Realista, que se juntariam um ou dois anos depois, colocaria o F.C.Porto na rota da glória hoquista.
Em terceiro lugar neste campeonato ficou o Valongo, então a maior potência nortenha da modalidade.